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Pessoas precisam de pessoas. Aqueles que dizem o contrário são os que mais sentem falta do contato, das trocas. Mas quem sabe entender perfeitamente o outro, tirar de dentro dele tudo o que ele sente, quer, deseja? Ninguém. O que temos são gestos e palavras, pedaços de linguagem que tentamos cavar do que entendemos de nós mesmos e dos outros. Todos com erros, desvios, interpretações...o que se queria não é o que se fala e muito menos o que se ouve. Ruídos por todos os lados.
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Ainda assim, falamos e interagimos o tempo todo. São redes e dados levando "oi", "tchau", "me espera". É um meme, uma risada, um adeus. Mas também é o não-diálogo, o hate, o ghosting. O excesso de meios para se falar não traz mais meios para se entender. Descartar um contato é tão fácil quanto um clique, um toque.
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Saímos aos poucos das vilas para as metrópoles e dos vínculos eternos para os líquidos. Precisamos agora entender como sermos fiéis a nossos desejos e ainda humanos com os outros. Ou talvez tenhamos mesmo é que ser mais humanos com nós mesmos, lembrando que nos importamos com o outro e ele conosco.